segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MUDANÇAS



Meses atrás ao abrir meus emails, recebi um de uma família que estava doando seus dois cachorros. Eram duas cadelas, uma da raça Cocker Spaniel, e a outra uma Pastora Belga, ambas com seis anos de idade.
No e-mail falava o quanto elas eram dóceis, amigas, que gostavam de crianças. O motivo da doação era porque estavam se mudando para um apartamento.
Quando resolvemos adotar ou comprar um animal de estimação temos que ter a responsabilidade e consciência que seremos as pessoas de maior valor para eles, afinal não são objetos que quando não tem mais serventia são descartados. São seres que tem os mesmos sentimentos que nós. Sofrem muito com separações. E como sofrem!
Sei que muitas vezes por muitas questões passamos por momentos de mudanças, e temos que arranjar um meio de nos adaptarmos.
Algumas pessoas alegam falta de tempo, outras de espaço. Algumas encontram dificuldades em lidar com a energia em excesso de cães que ainda são crianças e acabam destruindo coisas.
Às vezes tenho até que admitir, que muitos animais ficam agradecidos de poder conhecer outro lar, mas não era o caso desta família com a qual eu havia recebido o email. Pelo menos foi o que pude perceber.
Olhei bastante as fotos das cachorrinhas, parei, pensei muito, e resolvi fazer a minha parte.
Mandei então um email de resposta, que a fizesse refletir um pouco, e ponderasse, pensando na atitude que estava prestes a ser tomada. Pensei que talvez minhas palavras pudessem ajudar a mudar o rumo dessa história e as cachorrinhas permanecessem com eles.
Se ajudei, eu não sei. Não recebi retorno algum.
Este é apenas um dentre tantos casos como este que acontecem diariamente.
Sei que problemas aparecem sem que a gente queira, e acredito que no caso desta família em questão, pode até ser que tenham feito força para não precisar doá-las. Mas no fundo penso, que quando queremos mesmo, conseguimos. Vejo pelo meu caso. Também precisei me mudar anos atrás da casa onde morava, e não sosseguei enquanto não arrumei um edifício que aceitassem cachorros. Minha vida mudou? Lógico que sim. Tinha a preocupação de passear mais vezes durante o dia com Spike, na época ainda com a energia e vitalidade de um labrador com quatro para cinco anos. Isso não foi o fim do mundo. Apenas nos adequamos aquele momento.
Hoje moro em uma casa, mas se precisasse, com toda certeza, faria tudo outra vez. Afinal, entendo que uma relação de amizade e amor que construímos com nossos amigos não pode ser quebrada desta maneira.

Beijinho e boa semana!

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